quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Alexandra Martins/UnB Agência

UnB avaliará política de saúde mental
Esforço conjunto de cinco universidades federais irá subsidiar melhorias de gestão no sistema de saúde mental brasileiro
Henrique Bolgue - Da Secretaria de Comunicação da UnB


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O Brasil luta para mudar o atendimento de saúde mental desde a década de 90, quando começou a fechar hospitais psiquiátricos e investir nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). A UnB, junto com outras quatro universidades federais, faz parte desta transformação. Os pesquisadores, em parceira com o Ministério da Saúde (MS), irão avaliar todos os aspectos do atendimento dos 1701 CAPS espalhados pelo Brasil. Na semana passada, reuniu-se pela primeira vez, no Centro de Excelência em Turismo, o grupo que cuidará desse trabalho, com a presença de técnicos das universidades e representantes do MS.
Duas universidades já começaram o levantamento: a de Pelotas e a Universidade Federal do Rio de Janeiro. A UnB, a Universidade Federal do Piauí e a Universidade Federal da Bahia começarão no ano que vem. A pesquisa da UnB abrangerá a região Centro-Oeste e Norte, num total de 170 CAPS. Segundo o professor Ileno Izídio da Costa, vice-diretor do Instituto de Psicologia da UnB, o cronograma da UnB já está montado e deve começar em março. "Serão recrutados cerca de 30 alunos da UnB, das áreas de  Psiquiatria, Psicologia e Serviço Social para esta avaliação que  receberão bolsa, nos diversos graus".
Segundo o Ileno, esta oportunidade é impar, considerando não somente o desafio de avaliar as condições dos CAPS nessas  regiões, mas porque abre campo de pesquisa e consolida a UnB como interlocutora do MS para a política de Reforma Psiquiátrica Brasileira.
METODOLOGIA - "Os CAPS são um mecanismo fundamental na rede de atenção à saúde mental e aos dependentes de álcool e outras drogas", explica Leon Garcia, assessor da área de saúde mental, álcool e outras drogas do MS. "É sabido que os hospitais psiquiátricos são ineficazes e violam direitos humanos. Por isso é preciso construir um modelo que agregue serviços de geração de emprego, educação, cultura etc, deficiências que caminham juntas com problemas psiquiátricos". Hoje restam 30 mil leitos em manicômios e a meta é reduzi-los a zero, transferindo suas principais funções para os CAPS.

A reunião deu a partida para elaboração da metologia das pesquisas, que fará entrevistas e buscará informações de todos os atores atuantes no sistema de saúde mental público. Entre as discussões, estão desde o tamanho dos questionários até quais serão os temas prioritários. Os pesquisadores ressaltaram que é preciso observar as particularidades de cada região e os problemas inerentes ao serviço de saúde pública - como a falta de profissionais.
Alexandra Martins/UnB Agência
Professor Ileno da Costa coordena os CAPS Centro-Oeste e Norte
RECURSOS - Cada universidade contou com um financiamento de cerca de R$ 500 mil, que inclue passagens e diárias. "A rede de saúde mental espalhou-se muito e essa expansão implica uma reflexão e críticas permanentes, o que inclui a avaliação dos serviços", declara Fernanda Nicácio, representante da coordenação de saúde mental do MS. Os CAPS também desempenham um papel importante no combate ao crack, uma das bandeiras do governo Dilma. Os centros das cidades maiores contam normalmente com uma divisão: alguns cuidam de saúde mental e outros de dependências de drogas.

Postado por: Paulo Henrique Gomes


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