quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Alexandra Martins/UnB Agência

UnB avaliará política de saúde mental
Esforço conjunto de cinco universidades federais irá subsidiar melhorias de gestão no sistema de saúde mental brasileiro
Henrique Bolgue - Da Secretaria de Comunicação da UnB


 Tamanho do Texto

O Brasil luta para mudar o atendimento de saúde mental desde a década de 90, quando começou a fechar hospitais psiquiátricos e investir nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). A UnB, junto com outras quatro universidades federais, faz parte desta transformação. Os pesquisadores, em parceira com o Ministério da Saúde (MS), irão avaliar todos os aspectos do atendimento dos 1701 CAPS espalhados pelo Brasil. Na semana passada, reuniu-se pela primeira vez, no Centro de Excelência em Turismo, o grupo que cuidará desse trabalho, com a presença de técnicos das universidades e representantes do MS.
Duas universidades já começaram o levantamento: a de Pelotas e a Universidade Federal do Rio de Janeiro. A UnB, a Universidade Federal do Piauí e a Universidade Federal da Bahia começarão no ano que vem. A pesquisa da UnB abrangerá a região Centro-Oeste e Norte, num total de 170 CAPS. Segundo o professor Ileno Izídio da Costa, vice-diretor do Instituto de Psicologia da UnB, o cronograma da UnB já está montado e deve começar em março. "Serão recrutados cerca de 30 alunos da UnB, das áreas de  Psiquiatria, Psicologia e Serviço Social para esta avaliação que  receberão bolsa, nos diversos graus".
Segundo o Ileno, esta oportunidade é impar, considerando não somente o desafio de avaliar as condições dos CAPS nessas  regiões, mas porque abre campo de pesquisa e consolida a UnB como interlocutora do MS para a política de Reforma Psiquiátrica Brasileira.
METODOLOGIA - "Os CAPS são um mecanismo fundamental na rede de atenção à saúde mental e aos dependentes de álcool e outras drogas", explica Leon Garcia, assessor da área de saúde mental, álcool e outras drogas do MS. "É sabido que os hospitais psiquiátricos são ineficazes e violam direitos humanos. Por isso é preciso construir um modelo que agregue serviços de geração de emprego, educação, cultura etc, deficiências que caminham juntas com problemas psiquiátricos". Hoje restam 30 mil leitos em manicômios e a meta é reduzi-los a zero, transferindo suas principais funções para os CAPS.

A reunião deu a partida para elaboração da metologia das pesquisas, que fará entrevistas e buscará informações de todos os atores atuantes no sistema de saúde mental público. Entre as discussões, estão desde o tamanho dos questionários até quais serão os temas prioritários. Os pesquisadores ressaltaram que é preciso observar as particularidades de cada região e os problemas inerentes ao serviço de saúde pública - como a falta de profissionais.
Alexandra Martins/UnB Agência
Professor Ileno da Costa coordena os CAPS Centro-Oeste e Norte
RECURSOS - Cada universidade contou com um financiamento de cerca de R$ 500 mil, que inclue passagens e diárias. "A rede de saúde mental espalhou-se muito e essa expansão implica uma reflexão e críticas permanentes, o que inclui a avaliação dos serviços", declara Fernanda Nicácio, representante da coordenação de saúde mental do MS. Os CAPS também desempenham um papel importante no combate ao crack, uma das bandeiras do governo Dilma. Os centros das cidades maiores contam normalmente com uma divisão: alguns cuidam de saúde mental e outros de dependências de drogas.

Postado por: Paulo Henrique Gomes


domingo, 27 de novembro de 2011

Último encontro do primeiro módulo.

CUIDAR.

Revemos o que foi dito na última aula, sobretudo em relação ao império da razão. Este que tenta limpar a sociedade. Transformar o louco numa pessoa queta. Impedir que o louco possa viver sua própria loucura. Sobre pré-conceitos institucionalizados em nós próprios. Mas como enxergar esse manicômio mental? Como desrazoar essa prática na saúde? Foram questões levantadas e que geraram um tempo em silêncio. Até que indagou-se e começou a falar sobre a Reforma Psiquiátrica e que ela não deveria existir (no sentido do título). A reforma não é sobre a psiquiatria. A Psiquiatria em si faz o papel dela, com erros e acertos, como em  toda profissão. Não se pode dizer que é reforma, e nem é da psiquiatria. Não é reforma, é revolução. Não é psiquiatra, é cuidado.
Na verdade é uma necessidade de revolucionar o cuidado. Se fala muito pouco sobre cuidado e nem se sabe o significado certo, e é por isso, e por medo que surgem os “apelidos” como humanização, acolhimento, etc. Não é o papel do psiquiatra pensar no cuidado. O paciente tem o resto do dia/vida para “ter o cuidado”.  O cuidado vem de todo o universo que o rodeia. De pessoas, de tratamento. Foi aí que entrou a questão social sobre a visão macroestrutural (a política, as leis) e que nada vai mudar se não olhar e observar a visão microestrutural.  (o profissional, a instituição). O problema é que querem mudar repentinamente o macro, o grande -  sem antes olhar as mudanças que tem que ser visíveis no micro, o pequeno - , mas que faz toda a diferença. Porque, o que é a doença mental? Como se trata? Apenas a parte neurológica? Isso os remédios, bem ou mal, dão conta. Mas o cuidado? Quem cuida? Ninguém quer se responsabilizar, e é por isso que o micro não muda nunca.
Ouvimos o texto da mulher negra de 40 anos numa sala de ginecologia que foi tocada por 15 estagiários e que teve como desfecho o gozo. Acho que todos ficaram perplexos essa hora. Então foi nesse momento que iniciou-se a discussão sobre a necessidade do atendimento, do cuidado, em que as pessoas se sujeitam a qualqer situação para ter atendimento. É  questão do “dominante e do dominado” em que não há escolhas, apenas segue o rumo da situação.
 Fez-se uma metáfora com o fenômeno da Pororoca, onde há um limite para esse encontro. É invadir o outro e ser invadido até um ponto que consiga retornar. O cuidado é estar com a pessoa, e que seja transformador. Transformador de saúde, de afeto. É  aí que está a revolução. É isso que tem que ser entendido, o cuidado. É o reconstruir vínculos. Isso é um ato de cuidado. A  revolução do cuidado é silenciosa. É pessoal,  é a mudança da relação microestrutural. Mas vale sempre ressaltar que  o foco não é a mudança,  é o cuidado, sempre.
E é por isso que achamos e concluímos que o cuidado não pode virar lei, se não ele muda de nome, ele se traveste. E então fica mais fácil você virar um mecânico de corpo do que um profissional de saúde.  E é isso que devemos lutar todos   os dias para que não aconteça, nós os novos profissionais de saúde do futuro. Vamos cuidar!


Natália A.F. Madureira - Terapia Ocupacional 



Saúde mental em desencanto


Complicado falar em saúde mental numa sociedade totalmente preconceituosa e que muitas vezes tem a aversão ao outro, ao diferente, infelizmente essa sociedade não conseguiu entender ainda que ser diferente e ter transtornos mentais é normal.
Escutar esse segmento se mostra como uma peça fundamental  para pessoas com transtornos mentais , pois ouvir é fundamental em termos de auto-afirmação, auto-estima e principalmente afeto. Como ficou demonstrado bem no ultimo encontro que tudo que eles precisam é disso. Infelizmente esse tal afeto  não pode encontrar em qualquer profissional e em quaisquer portarias Ministeriais, esta no desejo de cada ator em mudar a realidade que esta exposta e que todos ou pelo menos a metade já conhece bem.
Penso que temos que criar um modelo de atenção com uma representação verdadeira da realidade de saúde.
Temos que pensar um modelo que consiga dialogar com os movimentos sociais, que tenho bem delimitado as suas funções principais, que tenho uma perfeita organização das ações(não essa de apenas organizar filas), temos que ter uma gestão efetiva, um financiamento  condizente  com a realidade e com as ações que será desenvolvidas e por fim pensar em tecnologias.

Acho que é isso, ou pelo menos isso, uma breve reflexão de um Sanitarista.
          Paulo H. G . da Silva

                

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Estigma


 Exemplos retirados do livro Estigma-notas sobre a manipulação da identidade deteriorada, de Erving Goffman.

O primeiro exemplo é um relato sobre situações pelo qual pessoas com deficiências mentais podem passar por causa de estigmas existentes. O segundo exemplo é sobre um aleijado. Neste exemplo podemos perceber que não há normalidade, não há porque estigmatizar as pessoas, pois os chamados "normais" podem estar atrás em relação a outras pessoas chamadas de "anormais".

No link abaixo podemos descobrir mais sobre o estigma da doença mental.

http://port201-primavera2010.blogspot.com/2011/03/o-estigma-da-doenca-mental.html

Boa noite a todos, Renéa Dayane.

domingo, 6 de novembro de 2011

3º Encontro


Bom dia, no nosso terceiro encontro  em  21/10 discutimos o texto Manicômio mental a outra face da loucura, com o professor Pedro.  Para o início da reflexão algumas perguntas foram lançadas: O que quer dizer o manicômio mental?  E logo surge a resposta :o manicômio não está fora da sociedade, numa sociedade sem manicômios quando a gente fala em desospitalizar. O manicômio mental é estar em casa sem que possa criar novos vínculos, e romper vínculos, é o que podemos chamar de morte social. Em uma metáfora podemos dizer que o manicômio mental é como um cachorro, que temos que está atentos pois a qualquer momento poderá mostrar sua ferocidade e te atingir em uma mordida sangrenta. Portanto pode-se dizer que a família do louco é a maior produtora de manicômio mental. Não basta acabar com os manicômios  e fornecer tarefas para esse indivíduo e abafar qualquer desrazão sem dar espaço para a loucura. Outra pergunta que nos indagou foi: O quanto você está disposto a ouvir desrazões? Existe espaço para desrazão? E o que nos impede é o chamado império da razão que está sempre na nossa frente impedindo que se abra qualquer espaço para as desrazões. Nosso instinto é sempre tentar entender, essa relação tá construída desde cedo, na escola , na família e na sociedade em geral. A sugestão seria pensar loucamente: entrar no mundo da desrazão. Não buscar racionalidade para ajudá-lo.  

Então desse nosso encontro surge a idéia de pensar uma desrazão e relatar no Blog. E a pergunta norteadora é : Até onde iria a  sua sanidade caso houvesse quebra de relações sociais? Quando você não tem em que se apoiar.

Thiara Café
Terapia Ocupacional 7º semestre



terça-feira, 1 de novembro de 2011

Chove chuva chove...

Talvez uma das melhores formas seja acabar com a ditadura do guarda chuva!!!

- Formas de quê?, pergunta a formiga, o coelho e a tartaruga de uma fábula qualquer.

- Forma de tomar chuva, responde Nietzsche, para nós todos.



Quem conta a história para boi e vacas dormirem é o próprio do bigode grande.

Parte do Texto : A VERDADE E A MENTIRA NO SENTIDO EXTRAMORAL
Friedrich Nietzsche  1873
Houve épocas em que o homem racional e o homem intuitivo conviviam lado a lado, um com medo da intuição, o outro desprezando a abstração, sendo este último tão irracional quanto o primeiro era insensível com relação à arte. Ambos desejavam dominar a vida: o primeiro sabendo responder às necessidades mais imperiosas através da previsão, da engenhosidade e da regularidade; o outro, o herói transbordante de alegria, vendo nessas mesmas necessidades e admitindo unicamente como real a vida disfarçada sob a aparência e a beleza.
Lá onde o homem intuitivo, um pouco como na Grécia antiga, aplica seus golpes com mais força e eficácia do que seu adversário, uma civilização pode surgir sob auspícios favoráveis e a dominação da arte sobre a vida pode aí se estabelecer. Tal dissimulação, tal recusa da indigência, tal brilho das intuições metafóricas e sobre tudo tal imediatidade da ilusão acompanham todas as manifestações de uma existência. Nem a casa, nem o passo, nem a roupa, nem o cântaro de argila revelam qual foi a necessidade que os criou: parece como se em todos eles devesse exprimir-se uma felicidade sublime e uma serenidade olímpica, como que num jogo levado a sério.
 Enquanto o homem orientado pelos conceitos e pelas abstrações somente os utiliza para se proteger da infelicidade, sem retirar dessas abstrações, para seu proveito próprio, qualquer felicidade, enquanto ele se esforça para se libertar o máximo possível desses sofrimentos, o homem intuitivo, estabelecido no seio de uma civilização, retira, como fruto de suas intuições, além da proteção contra a infelicidade, uma clarificação, um desabrochar e uma redenção transbordantes. É verdade que ele sofre mais violentamente quando sofre e sofre mesmo mais frequentemente porque não sabe tirar lição da experiência e por isso cai sempre novamente na mesma vala em que já caíra antes.
Portanto, é tão desarrazoado no sofrimento quanto na felicidade; grita sem obter qualquer consolação. Como é diferente, no meio de um destino também funesto,  a atitude do homem estóico, instruído pela experiência e senhor de si graças aos conceitos! Aquele que ordinariamente só busca a sinceridade e a verdade só procura livrar-se da ilusão e proteger-se contra surpresas enfeitiçadas; aquele que experimenta na infelicidade a obra-prima da dissimulação, tal como o homem intuitivo na felicidade, este não tem mais o rosto humano sobressaltado e transtornado, mas leva uma espécie de máscara de admirável simetria de traços; não grita e não altera a voz. Quando uma boa chuva cai sobre ele, ele se envolve com o seu manto e se distancia com passos lentos sob a chuva.


quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Será que é Loucura?

Pintura: Metamorfose de Narciso - Salvador Dali

Por muitas vezes me deparo com perguntas que fogem sem deixar respostas, e sempre voltam pra me atormentar... O que eu sei? O que faz de mim a pessoa que eu acho que sou? Por que estou tão aflita com o "hoje" sendo que não sei do amanhã? Pra que se preocupar tanto? Pra que planejar tanto? Se por tantas vezes planejei e a vida mudou seu rumo... Como fazer certo? E se eu errar? Esses planos são meus mesmo? Eu conheço de verdade essas pessoas que eu acho que conheço? O que tem sentido? Existem respostas?...

Existe a complexidade dos seres, do mundo, viver definitivamente não é algo tão simples. Muitas vezes fugir do “padrão” estabelecido pelo sistema, pode se tornar um caos interno. E se eu estou fora dessa ordem, o que vai ser de mim? È muito mais fácil viver essa "ordem" do que tentar desordená-la, do que tentar ao menos questioná-la. Os questionamentos só irão acontecer dentro de mim, no meu “mundo”, no qual começo á ouvir outras vozes, a conversar comigo mesma na incessante busca de tentar entender o meu “eu”, as pessoas, o mundo... Até o momento em que me sinto sufocada, e com vontade de sair gritando as minhas indagações, quando me vejo contida em mim mesma, sem poder anunciar a minha desordem, a minha “loucura”... a minha desrazão.


 
Texto: Narciso Cego
Thiago de Mello
Tudo o que de mim se perde
acrescenta-se ao que sou.
Contudo, me desconheço.
Pelas minhas cercanias
passeio – não me freqüento.

Por sobre fonte erma e esquiva
flutua-me íntegra, a face.
Mas nunca me vejo: e sigo
com face mal disfarçada.
Oh que amargo é o não poder
rosto a rosto contemplar
aquilo que ignoto sou;
distinguir até que ponto
sou eu mesmo que me levo
ou se um nume irrevelável
que (para ser) vem morar
comigo, dentro de mim,
mas me abandona se rolo
pelos declives do mundo.

Desfaço-me do que sonho:
faço-me sonho de alguém
oculto. Talvez um Deus
sonhe comigo, cobice
o que eu guardo e nunca usei.
 Cego assim, não me decifro.
E o imaginar-me sonhado
não me completa: a ganância
de ser-me inteiro prossegue.
E pairo – pânico mudo -
entre o sonho e o sonhador.

Tássia Silva,
Graduanda em Terapia Ocupacional - 7º período

e o que dizer?



Acho que todo mundo na hora de vim escrever aqui se fez essa pergunta..
qual a minha desrazão? será que tenho? será que existe isso dentro de mim? é uma coisa que me pertuba ou que me faz bem ? ou os dois ao mesmo tempo? são minhas angústias, minhas expectativas ou o medo do futuro?

Eu particulamente não sei..
mas atualmente o que mais me intriga é essa confusão de sentimento, é a vontade de vencer e o medo de esperar tudo acontecer, dia pós dia.

E o que mais me pertuba de verdade é essa minha insônia de todos os dias, que faz piorar os pensamentos, faz eu fazer planos que são impossíveis, faz eu sonhar e ter pés no chão ao mesmo tempo. E faz eu também ir no banheiro de 10 em 10 minutos. :(

Tô me sentindo um pouco desarrazoada agora!

Mas quero entender essas minhas "neuroses", quero compartilhar a ideia e o conhecimento, quero viver cada minuto, quero sentir, e entregar-me. Ou nas mãos de Deus, ou a desrazão. Aos dois.
Viva a loucura de cada um!



Natália Madureira 
Graduanda de Terapia Ocupacional - 4º semestre 

Procurando um sentido...


Talvez se passem horas, dias e até anos na busca de estabelecer o imprevisível! E que planejamento é esse que condiciona o mundo a racionalizar a temporalidade; que te faz assumir mil atribuições diárias com o intuito de determinar os resultados de uma produção abstrata. Conceituando ... existe um medo de externalizar o que está fora de um padrão, onde você simplesmente não quer " ter que "fazer nada do que aprendeu até aqui , pelo menos não agora e não desta forma. Porque desde que o mundo é mundo existe liberdade, e o que fizeram dela?  Escolhas precisam ser vivencias com essência de extraordinário, de novo e da despedida de um hoje que não dá indícios de uma amanhã. E agora... ta escutando? TIC  TAC TIC TAC... será que ainda dá tempo de fugir da regra hoje? Quem inventou o relógio hein? Acho que não contaram pra ele que alternar noite e dia ( claro e escuro) não divide o viver, são somente as cores que a vida assume e aí tanto faz por onde você vai começar...

Yasmim Magalhães
Graduanda de Terapia Ocupacional

Saúde mental em desrazão

Muito importante a criação de um grupo de estudantes que se reúnem na hora do almoço, sacrificando- o para ler e discutir textos sobre saúde mental. Não que acho ruim, aliás, gosto muito dos debates e das colocações de cada um.
Estar nesse grupo é criar uma identidade aos doentes mentais, é dar uma visibilidade aos invisíveis da nossa sociedade é quebrar todos os preconceitos que possa ter ou adquirir.
Ser louco é normal, viver a desrazão também, que pena que nem todos pensam assim.
Estar na desrazão é necessário para todos e até para nos ditos normais, mas o problema na questão é o império da razão, que não deixa ninguém fugir da realidade. Existe no imaginário das pessoas um teto Maximo da razão, se ultrapassar está louco e  doente e precisa do CAPS para se libertar desse mal.
Se existe uma diferença entre loucos e normais é apenas 1, os LOUCOS estão em constante DESRAZÃO e os normais tem alguns intervalos não muito constantes.
Acho que é isso,
Paulo Henrique Gomes  

O tempo...

"Quando se vê, já são seis horas!
Quando de vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê passaram 50 anos!
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas..."

Mário Quintana

O tempo é uma desrazão e particularmente considero-o a maior das desrazões.
Porque temos que seguir um objeto que gira nos convidando a ir contra aos nossos próprios organismos, nossas vontades.
Os 5 minutinhos a mais é uma forma que utilizo para driblar e me "desescravisar" deste senhor que comanda toda a sociedade.
Infelizmente, a razão é mais forte em mim e todos os dias antes de dormir conto quantas horas terei para descansar...

Kelly Alves
Estudante de Terapia Ocupacional

Em Plena Desrazão ou Não ?

     Hoje ao acordar, me arrumar e ir para faculdade, comecei a observar todas aquelas pessoas " normais" gritando no trânsito, xingando umas as outras, e aquilo foi me deixando cada vez mais nervosa ao ponto de querer gritar e brigar também, então comecei a me observar e pensar nessas atitudes ao longo do caminho, chegando na faculdade ali mesmo no estacionamento entrei em profunda reflexão, nervosismo, medo, medo, medo de ter medo, enquanto observava, de dentro do carro, um grupo marginalizado da sociedade praticando o furto, aquilo era uma razão para aquelas pessoas ? e uma desrazão pra mim? por isso senti tanto medo de descer do carro e acontecer algo comigo? e se eu descesse e fingisse que nada de mais estava acontecendo? eu estaria em plena desrazão? me chamariam de louca? e aqueles rapazes se assustariam com isso ? o que é certo ? o que é errado ? é certo ter medo ? é errado  roubar? é errado ter medo? é certo roubar ? por quê? por quê? Ora Razão Ora Desrazão.No fundo no fundo eu só queria descer do carro.
Boa Noite.





Clara Alcântara
Terapia Ocupacional 4ª semestre.

Compartilhando uma "Loucura"



Acho as pessoas encantadoras quando estão inseridas em um contexto de relação amorosa, naquela fase inicial de paquera. Quando interessadas em conquistar o outro, elas mostram o seu melhor lado, o seu lado mais doce, divertido, atraente... Esse contexto inicial de paquera é o que nos leva fatalmente a uma possível paixão.
Se eu deixasse a minha desrazão reinar, o que eu gostaria mesmo de fazer é viver várias paixões. Viveria toda a minha vida apenas para sentir a emoção de estar apaixonada. Eu particularmente adoro sentir os sintomas da paixão e as sensações trazidas por ela: aquela tremedeira nas pernas, o coração acelerado, a respiração ofegante e a perda da voz por alguns instantes.
Mas a paixão não tem somente esse lado que vicia a gente; como na maioria das vezes a paixão não é correspondida após um tempo, o que sobra desses sentimentos que nos fazem flutuar de tanto prazer, são apenas lembranças, saudades e sofrimentos. Sendo assim, quando esse lado ruim da paixão chegasse, eu iria de encontro com outras paixões e viveria tudo novamente. Conhecendo os lados encantadores de outras pessoas.
Essa ideia para a sociedade pode ser considerada uma grande loucura. Uma mulher livre e independente que não tem uma relação estável com uma pessoa, e/ou não se casa; ao invés disso vive relações dinâmicas ao decorrer da vida. Como a sociedade molda as nossas atitudes e opiniões e portanto faz parte do meu pensar, grande parte de mim também acha isso uma loucura. Por isso, por mais que eu sinta esse pequeno desejo de viver a vida diferentemente do que a sociedade nos impõe, o meu lado racional reina e me diz que o que eu tenho que fazer é ser e viver assim como as outras pessoas “normais”, ter relações estáveis, se casar, ter filhos, e assim constituir uma família. Eis que então, o império da razão reina sobre mim.
Renea D. B.
Graduanda em Fisioterapia
2° Semestre

"Eu sou de ninguém, eu sou de todo mundo e todo mundo é meu também."
Já sei Namorar - Tribalistas.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

2º encontro - 14/10/2011

            Gostaria de compartilhar com vocês um breve relato sobre o último encontro do nosso grupo de estudos, realizado no dia 14 de outubro. As discussões foram direcionadas pelo professor Pedro, que nos deixou livres para expressarmos nossas impressões e opiniões sobre o texto base da semana (“Concepções e práticassociais em torno da loucura: alcance e atualidade da História da Loucura deFoucalt para investigações etnográficas”).
            Inicialmente discutimos a respeito do perfil das pesquisas que são desenvolvidas na área de saúde mental e concluímos, em concordância com as autoras do texto, que há poucos trabalhos voltados para estudar o contexto em que os doentes mentais estão inseridos; assim como há uma escassez de pesquisas sobre a visão que sociedade tem dos doentes mentais.
            Após este primeiro momento resgatamos algumas informações importantes contidas no texto sobre a história da loucura, passando pelo Renascimento, Idade Clássica e Modernidade, e acompanhando as mudanças de concepção sobre a loucura. Esta retrospectiva nos permitiu constatar que a loucura nem sempre foi vista como uma doença e que a doença mental é um produto histórico/cultural, variável no tempo e no espaço; isto chama a nossa atenção para enxergarmos o doente mental sob uma nova perspectiva.
            Deve-se, portanto, enxergar o doente mental no contexto em que ele está inserido, perceber seus sofrimentos e trabalhar para amenizá-los, e não olhar somente para a patologia, como se não houvesse fatores que a influenciam – como era entendido antigamente. Por fim, entendemos que as mudanças de concepção e quebra de paradigmas são essenciais para contribuir na construção de uma identidade para os doentes mentais.

Até o próximo encontro.

Paulo Henrique F. dos Santos
Graduando em Enfermagem
6º semestre

sábado, 8 de outubro de 2011

O nascimento

No dia 30 de outubro de 2011 nasceu o primeiro grupo de estudos interdisciplinares da Faculdade UnB Ceilândia. O grupo "Saúde Mental: Clínica, Políticas e Instituições" traz como propósito uma discussão interdisciplinar sobre os diversos aspectos relacionados aos transtornos mentais e às drogas, envolvendo desde os aspectos históricos e políticos, até as implicações clínicas relacionadas.
Os envolvidos no projeto permeiam pelas diversas áreas da Faculdade Ceilândia: Terapia Ocupacional, Saúde Coletiva, Enfermagem e Farmácia. Essa constituição muito virá a contribuir para o crescimento ético, profissional e de responsabilidade social dos alunos. Sob a coordenação dos professores Pedro Jabur, Ioneide e Paula, a construção de conhecimentos ocorrerá de forma fluida até maio de 2012.
Animados, os alunos e coordenadores traçaram como metas a criação e manutenção desse blogger, que funcionará como um diário de bordo dos trabalhos desenvolvidos e que será mantido por todos os envolvidos. Além disso, surgiu o interesse na criação de trabalhos que ultrapassem as barreiras do curso, estendendo-se à produção de conhecimentos científicos a serem compartilhados.
E é com grande prazer que os alunos e professores do grupo "Saúde Mental: Clínica, Políticas e Instituições" dão início às suas atividades e inauguram esse intrumento de troca de experiências. Esperamos que esse blog contribua não somente para os envolvidos no curso, mas também a todos os alunos interessados pela estruturação, atuação e modificação da área de Saúde Mental, carente de profissionais apaixonados e alunos motivados a abraçar a causa e fazer parte da luta.

Hévane Virgínia dos Santos
Graduanda em Enfermagem
6º Semestre