terça-feira, 12 de junho de 2012

Para movimentar ..

Olá pessoal, vi que isso aqui tá tudo parado ultimamente, e com razão né? afinal, greve desanima qualquer pessoa, docente e discente.. infelizmente!

Já que nosso encontro se realizará amanhã, decidi deixar dois links bem úteis aqui relacionados à toda essa rede substitutiva em saúde mental [ http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-03112005-221529/pt-br.php ] (dá pra baixar tranquilamente)..

E tudo sobre a Reforma psiquiátrica brasileira, um documento completo, que aborda exclusão, inclusão, vulnerabilidade, estigmas, e tudo aquilo que já discutimos em nossa reuniões.
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/Relatorio15_anos_Caracas.pdf ]

Vale à pena dar uma olhada, e espero que ajude também.
abraços, e até amanhã.

att, Natália A. F. Madureira, graduanda Terapia Ocupacional

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Desafios Da Reforma Psiquiátrica Brasileira


No nosso último encontro dia 18 de abril, a nossa discursão se baseou no artigo: “Um balanço da Reforma Psiquiátrica Brasileira: Instituições, Atores e Políticas” de Ana Maria Fernandes Pitta. No artigo em questão há a suscitação sobre os novos desafios da Reforma Psiquiátrica Brasileira (RPB). Depois de tantos avanços, estaria a RPB estacionada? Estaria ela dando sinais de exaustão? O que seria necessário para colocar em prática os conhecimentos que hoje possuímos na base teórica?
Discutimos a respeito dos avanços acerca da Psiquiatria, vendo o contexto da Reforma Psiquiátrica,  a criação de instituições, a responsabilidade dos atores envolvidos com a Reforma e as políticas... Vendo as principais mudanças e conquistas ao longo do tempo.
Percebemos a inserção de familiares e usuários nas Conferências Nacionais de Saúde Mental, tendo portanto, uma grande participação popular e democrática. A saúde mental foi aos poucos ganhando uma maior atenção, sendo que houve tempo em que ela estava em último lugar como prioridade, nas políticas públicas.
Percebe-se que há sim grandes desafios pela frente. Sendo necessário usufruir das conquistas já realizadas, tentando colocar na prática os conhecimentos já obtidos. No entanto, parece haver um abismo separando e dificultando a interação entre a teoria e a prática. Seria o império da razão? Provavelmente sim.  As pessoas parecem ter medo em lidar com as mudanças tão necessárias. Mudanças essas no cuidar, no ensinar - referindo-se às famílias dos pacientes com problemas mentais, e mudanças no próprio modo de olhar, entender e opinar sobre o assunto, mudanças no próprio “Eu”. 

R. Dayane Barbosa. 3° semestre de Fisioterapia.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Basaglia e a Desinstituicionalização, em 11 de abril de 2012

Partindo-se da discussão proveniente do 'Tratamento Moral' de Pinel, amplamente explorada no encontro passado, assumimos a continuidade da conversa embasada pelo texto de Birman e Costa, perpassando pelo modelo proposto por Basaglia, de grande impacto na reconstrução do modelo de atenção à Saúde Mental brasileiro.
Dentro da evolução de um contexto histórico onde o 'Louco' encontrou-se inserido, emerge uma necessidade de reinserir esse personagem em seu contexto social de uma forma ainda mais ampla do que as propostas em modelos anteriores, onde essa socialização entendia-se ao contato entre os usuários e seus familiares, significado pelos participantes da conversa como uma "coletividade mascarada".
Essa desinstitucionalização, por meio da desconstrução de um modelo de assistência vigente e a desmontagem de um paradigma operante, requer a abertura não apenas de um sistema de atenção ao sujeito, como também a quebra dos 'muros internos e o manicomio mental'.
Transversal à conversa baseada na referência teória, emergiram problematizações referentes ao desafio da aplicação do modelo proposto por Basaglia, evidenciando a retirada da doença dos parentes, deixando-se que esse detalhe faça parte do contexto da frase (Yasmim Magalhães), de modo que a soma de todos os fragmentos, aparentemente desconexos e incoerentes, construam um significado que opere produtivamente na visão holística e individual à esses pacientes.
Outras questões referentes à influência da Psiquiatria Setorial no futuro das políticas voltadas à àrea, fortalecendo ainda mais o vínculo profissional-paciente, mostram-se como grandes desafios lançados aos novos profissionais, pesquisadores e gestores da área, evidenciando-se a importância de firmar os recursos já vigentes para um investimento focado na construção de novas possibilidades.
Mediante todo esse momento crítico e formativo, surge uma questão:

QUAL O CAMINHO DEVEMOS SEGUIR?

Hévane Virgínia dos Santos - 7º Semestre de Enfermagem

Paradigmas do Saber Psiquiátrico - Encontro do dia 06/04

         As reflexões do grupo se mantiveram acerca do percurso da reforma psiquiátrica e dos movimentos reformistas que atuaram como determinantes na atual estrutura dos serviços de saúde mental, ao longo deste processo houve a necessidade de rever referênciais teórico-práticos e os paradigmas fundantes do saber psiquiátrico. Birman e Costa acrescentam que a psiquiatria clássica desenvolveu uma crise teórico-prática pela mudança de seu objeto central, agora não mais o tratamento mas a promoção da saúde e, é neste contexto que surgem as novas psiquiatrias. Os dois momentos destas novas abordagens são descritos como; um primeiro de crítica a estrutura asilar, sendo esta a responsável pelos altos índices de cronificação da doença mental, com uma proposta que se inicia com os movimentos das comunidades terapêuticas, terapias de família e psicoterapia institucional.
O segundo período pretende a extensão da psiquiatria ao público se organizando com objetivos de prevenção e de promoção da saúde mental, neste momento outros atores sociais começam a ser inseridos no processo de cuidado pois observou-se a necessidade desta promoção não apenas com enfoque no indivíduo mas na comunidade geral, aos poucos a abordagem condutora das práticas em saúde mental passa a distanciar-se do assistencial e aproximar-se do preventivo.
Iniciamos ainda a discussão sobre a idéia das comunidades terapêuticas e seu impacto no novo modelo assistêncial que se estabelecia, esta modalidade se mostrava como um valioso instrumento de análise dos papéis da equipe e dos pacientes e suas inter-relações numa terapêutica que tentava organizar padrões anormais determinados pela doença mental, através das tarefas desempenhados por cada um dos inseridos naquele contexto.

Yasmim Bezerra Magalhães - Terapia Ocupacional

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Alexandra Martins/UnB Agência

UnB avaliará política de saúde mental
Esforço conjunto de cinco universidades federais irá subsidiar melhorias de gestão no sistema de saúde mental brasileiro
Henrique Bolgue - Da Secretaria de Comunicação da UnB


 Tamanho do Texto

O Brasil luta para mudar o atendimento de saúde mental desde a década de 90, quando começou a fechar hospitais psiquiátricos e investir nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). A UnB, junto com outras quatro universidades federais, faz parte desta transformação. Os pesquisadores, em parceira com o Ministério da Saúde (MS), irão avaliar todos os aspectos do atendimento dos 1701 CAPS espalhados pelo Brasil. Na semana passada, reuniu-se pela primeira vez, no Centro de Excelência em Turismo, o grupo que cuidará desse trabalho, com a presença de técnicos das universidades e representantes do MS.
Duas universidades já começaram o levantamento: a de Pelotas e a Universidade Federal do Rio de Janeiro. A UnB, a Universidade Federal do Piauí e a Universidade Federal da Bahia começarão no ano que vem. A pesquisa da UnB abrangerá a região Centro-Oeste e Norte, num total de 170 CAPS. Segundo o professor Ileno Izídio da Costa, vice-diretor do Instituto de Psicologia da UnB, o cronograma da UnB já está montado e deve começar em março. "Serão recrutados cerca de 30 alunos da UnB, das áreas de  Psiquiatria, Psicologia e Serviço Social para esta avaliação que  receberão bolsa, nos diversos graus".
Segundo o Ileno, esta oportunidade é impar, considerando não somente o desafio de avaliar as condições dos CAPS nessas  regiões, mas porque abre campo de pesquisa e consolida a UnB como interlocutora do MS para a política de Reforma Psiquiátrica Brasileira.
METODOLOGIA - "Os CAPS são um mecanismo fundamental na rede de atenção à saúde mental e aos dependentes de álcool e outras drogas", explica Leon Garcia, assessor da área de saúde mental, álcool e outras drogas do MS. "É sabido que os hospitais psiquiátricos são ineficazes e violam direitos humanos. Por isso é preciso construir um modelo que agregue serviços de geração de emprego, educação, cultura etc, deficiências que caminham juntas com problemas psiquiátricos". Hoje restam 30 mil leitos em manicômios e a meta é reduzi-los a zero, transferindo suas principais funções para os CAPS.

A reunião deu a partida para elaboração da metologia das pesquisas, que fará entrevistas e buscará informações de todos os atores atuantes no sistema de saúde mental público. Entre as discussões, estão desde o tamanho dos questionários até quais serão os temas prioritários. Os pesquisadores ressaltaram que é preciso observar as particularidades de cada região e os problemas inerentes ao serviço de saúde pública - como a falta de profissionais.
Alexandra Martins/UnB Agência
Professor Ileno da Costa coordena os CAPS Centro-Oeste e Norte
RECURSOS - Cada universidade contou com um financiamento de cerca de R$ 500 mil, que inclue passagens e diárias. "A rede de saúde mental espalhou-se muito e essa expansão implica uma reflexão e críticas permanentes, o que inclui a avaliação dos serviços", declara Fernanda Nicácio, representante da coordenação de saúde mental do MS. Os CAPS também desempenham um papel importante no combate ao crack, uma das bandeiras do governo Dilma. Os centros das cidades maiores contam normalmente com uma divisão: alguns cuidam de saúde mental e outros de dependências de drogas.

Postado por: Paulo Henrique Gomes


domingo, 27 de novembro de 2011

Último encontro do primeiro módulo.

CUIDAR.

Revemos o que foi dito na última aula, sobretudo em relação ao império da razão. Este que tenta limpar a sociedade. Transformar o louco numa pessoa queta. Impedir que o louco possa viver sua própria loucura. Sobre pré-conceitos institucionalizados em nós próprios. Mas como enxergar esse manicômio mental? Como desrazoar essa prática na saúde? Foram questões levantadas e que geraram um tempo em silêncio. Até que indagou-se e começou a falar sobre a Reforma Psiquiátrica e que ela não deveria existir (no sentido do título). A reforma não é sobre a psiquiatria. A Psiquiatria em si faz o papel dela, com erros e acertos, como em  toda profissão. Não se pode dizer que é reforma, e nem é da psiquiatria. Não é reforma, é revolução. Não é psiquiatra, é cuidado.
Na verdade é uma necessidade de revolucionar o cuidado. Se fala muito pouco sobre cuidado e nem se sabe o significado certo, e é por isso, e por medo que surgem os “apelidos” como humanização, acolhimento, etc. Não é o papel do psiquiatra pensar no cuidado. O paciente tem o resto do dia/vida para “ter o cuidado”.  O cuidado vem de todo o universo que o rodeia. De pessoas, de tratamento. Foi aí que entrou a questão social sobre a visão macroestrutural (a política, as leis) e que nada vai mudar se não olhar e observar a visão microestrutural.  (o profissional, a instituição). O problema é que querem mudar repentinamente o macro, o grande -  sem antes olhar as mudanças que tem que ser visíveis no micro, o pequeno - , mas que faz toda a diferença. Porque, o que é a doença mental? Como se trata? Apenas a parte neurológica? Isso os remédios, bem ou mal, dão conta. Mas o cuidado? Quem cuida? Ninguém quer se responsabilizar, e é por isso que o micro não muda nunca.
Ouvimos o texto da mulher negra de 40 anos numa sala de ginecologia que foi tocada por 15 estagiários e que teve como desfecho o gozo. Acho que todos ficaram perplexos essa hora. Então foi nesse momento que iniciou-se a discussão sobre a necessidade do atendimento, do cuidado, em que as pessoas se sujeitam a qualqer situação para ter atendimento. É  questão do “dominante e do dominado” em que não há escolhas, apenas segue o rumo da situação.
 Fez-se uma metáfora com o fenômeno da Pororoca, onde há um limite para esse encontro. É invadir o outro e ser invadido até um ponto que consiga retornar. O cuidado é estar com a pessoa, e que seja transformador. Transformador de saúde, de afeto. É  aí que está a revolução. É isso que tem que ser entendido, o cuidado. É o reconstruir vínculos. Isso é um ato de cuidado. A  revolução do cuidado é silenciosa. É pessoal,  é a mudança da relação microestrutural. Mas vale sempre ressaltar que  o foco não é a mudança,  é o cuidado, sempre.
E é por isso que achamos e concluímos que o cuidado não pode virar lei, se não ele muda de nome, ele se traveste. E então fica mais fácil você virar um mecânico de corpo do que um profissional de saúde.  E é isso que devemos lutar todos   os dias para que não aconteça, nós os novos profissionais de saúde do futuro. Vamos cuidar!


Natália A.F. Madureira - Terapia Ocupacional