quinta-feira, 26 de abril de 2012

Desafios Da Reforma Psiquiátrica Brasileira


No nosso último encontro dia 18 de abril, a nossa discursão se baseou no artigo: “Um balanço da Reforma Psiquiátrica Brasileira: Instituições, Atores e Políticas” de Ana Maria Fernandes Pitta. No artigo em questão há a suscitação sobre os novos desafios da Reforma Psiquiátrica Brasileira (RPB). Depois de tantos avanços, estaria a RPB estacionada? Estaria ela dando sinais de exaustão? O que seria necessário para colocar em prática os conhecimentos que hoje possuímos na base teórica?
Discutimos a respeito dos avanços acerca da Psiquiatria, vendo o contexto da Reforma Psiquiátrica,  a criação de instituições, a responsabilidade dos atores envolvidos com a Reforma e as políticas... Vendo as principais mudanças e conquistas ao longo do tempo.
Percebemos a inserção de familiares e usuários nas Conferências Nacionais de Saúde Mental, tendo portanto, uma grande participação popular e democrática. A saúde mental foi aos poucos ganhando uma maior atenção, sendo que houve tempo em que ela estava em último lugar como prioridade, nas políticas públicas.
Percebe-se que há sim grandes desafios pela frente. Sendo necessário usufruir das conquistas já realizadas, tentando colocar na prática os conhecimentos já obtidos. No entanto, parece haver um abismo separando e dificultando a interação entre a teoria e a prática. Seria o império da razão? Provavelmente sim.  As pessoas parecem ter medo em lidar com as mudanças tão necessárias. Mudanças essas no cuidar, no ensinar - referindo-se às famílias dos pacientes com problemas mentais, e mudanças no próprio modo de olhar, entender e opinar sobre o assunto, mudanças no próprio “Eu”. 

R. Dayane Barbosa. 3° semestre de Fisioterapia.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Basaglia e a Desinstituicionalização, em 11 de abril de 2012

Partindo-se da discussão proveniente do 'Tratamento Moral' de Pinel, amplamente explorada no encontro passado, assumimos a continuidade da conversa embasada pelo texto de Birman e Costa, perpassando pelo modelo proposto por Basaglia, de grande impacto na reconstrução do modelo de atenção à Saúde Mental brasileiro.
Dentro da evolução de um contexto histórico onde o 'Louco' encontrou-se inserido, emerge uma necessidade de reinserir esse personagem em seu contexto social de uma forma ainda mais ampla do que as propostas em modelos anteriores, onde essa socialização entendia-se ao contato entre os usuários e seus familiares, significado pelos participantes da conversa como uma "coletividade mascarada".
Essa desinstitucionalização, por meio da desconstrução de um modelo de assistência vigente e a desmontagem de um paradigma operante, requer a abertura não apenas de um sistema de atenção ao sujeito, como também a quebra dos 'muros internos e o manicomio mental'.
Transversal à conversa baseada na referência teória, emergiram problematizações referentes ao desafio da aplicação do modelo proposto por Basaglia, evidenciando a retirada da doença dos parentes, deixando-se que esse detalhe faça parte do contexto da frase (Yasmim Magalhães), de modo que a soma de todos os fragmentos, aparentemente desconexos e incoerentes, construam um significado que opere produtivamente na visão holística e individual à esses pacientes.
Outras questões referentes à influência da Psiquiatria Setorial no futuro das políticas voltadas à àrea, fortalecendo ainda mais o vínculo profissional-paciente, mostram-se como grandes desafios lançados aos novos profissionais, pesquisadores e gestores da área, evidenciando-se a importância de firmar os recursos já vigentes para um investimento focado na construção de novas possibilidades.
Mediante todo esse momento crítico e formativo, surge uma questão:

QUAL O CAMINHO DEVEMOS SEGUIR?

Hévane Virgínia dos Santos - 7º Semestre de Enfermagem

Paradigmas do Saber Psiquiátrico - Encontro do dia 06/04

         As reflexões do grupo se mantiveram acerca do percurso da reforma psiquiátrica e dos movimentos reformistas que atuaram como determinantes na atual estrutura dos serviços de saúde mental, ao longo deste processo houve a necessidade de rever referênciais teórico-práticos e os paradigmas fundantes do saber psiquiátrico. Birman e Costa acrescentam que a psiquiatria clássica desenvolveu uma crise teórico-prática pela mudança de seu objeto central, agora não mais o tratamento mas a promoção da saúde e, é neste contexto que surgem as novas psiquiatrias. Os dois momentos destas novas abordagens são descritos como; um primeiro de crítica a estrutura asilar, sendo esta a responsável pelos altos índices de cronificação da doença mental, com uma proposta que se inicia com os movimentos das comunidades terapêuticas, terapias de família e psicoterapia institucional.
O segundo período pretende a extensão da psiquiatria ao público se organizando com objetivos de prevenção e de promoção da saúde mental, neste momento outros atores sociais começam a ser inseridos no processo de cuidado pois observou-se a necessidade desta promoção não apenas com enfoque no indivíduo mas na comunidade geral, aos poucos a abordagem condutora das práticas em saúde mental passa a distanciar-se do assistencial e aproximar-se do preventivo.
Iniciamos ainda a discussão sobre a idéia das comunidades terapêuticas e seu impacto no novo modelo assistêncial que se estabelecia, esta modalidade se mostrava como um valioso instrumento de análise dos papéis da equipe e dos pacientes e suas inter-relações numa terapêutica que tentava organizar padrões anormais determinados pela doença mental, através das tarefas desempenhados por cada um dos inseridos naquele contexto.

Yasmim Bezerra Magalhães - Terapia Ocupacional